Já ouviu falar em crianza?
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Vinhos de crianza. Um falso cognato de excelentes vinhos envelhecidos, ou seja: nenhuma relação com juventude!
Sabe o que são falsos cognatos? São palavras que se assemelham na escrita ou no som, mas que têm significados bastante diferentes entre si. Crianza e criança são exemplos de falsos cognatos.
Se você já viu esse termo em um rótulo, e desconfiou de um vinho jovem, foi enganado pela semelhança com “criança”. Crianza é um temo espanhol que, em português, significa “criação”, palavra relacionada ao envelhecimento.
Crianza é uma classificação típica dos vinhos espanhóis, regulamentada por lei, e associada ao tempo de amadurecimento e de envelhecimento do vinho até que possa ser comercializado.
Na Espanha, a Ley de la Vina y el Vino determina que um tinto só pode ser considerado crianza se envelhecido por um período mínimo de 2 anos (com seis meses em barris de carvalho). No caso dos brancos, o período mínimo é menor, sendo de 1 ano e meio (com seis meses em barris de carvalho).
Contudo, se estivermos falando de Rioja, principal região produtora de vinhos da Espanha, as leis do Consejo Regulador de la DOC Rioja são mais rígidas, exigindo que, dos dois anos mínimos de envelhecimento dos vinhos tintos, ao menos um deles tenha sido em barricas de carvalho, para que ele possa ser denominado crianza.
Em Rioja (e em outras regiões que se inspiraram em suas leis), os vinhos são classificados da seguinte maneira:
vinhos jovens, também conhecidos como vinhos do ano, são ainda melhores se consumidos nos primeiros seis meses.
vinhos de crianza. Para tintos, envelhecimento mínimo de 24 meses, com 12 em carvalho e o restante em garrafa. Para brancos e rosés, envelhecimento mínimo de 18 meses, com 6 em carvalho e o restante em garrafa.
vinhos de reserva. Para tintos, envelhecimento mínimo de 3 anos, com 12 meses em carvalho e o restante em garrafa. Para brancos e rosés, o período total de envelhecimento varia, mas deve ser ao menos de 2 anos.
vinhos de gran reserva. Período mínimo de envelhecimento de 5 anos, sendo 18 meses em barris de carvalho e 42 em garrafas, para tintos. E, para brancos e rosés, o período total de envelhecimento é de 4 anos, e, em função da procedência, podem variar o tempo necessário em carvalho.
Os vinhos de crianza são os mais comuns da região. Vinhos de reserva ou gran reserva são produzidos somente em anos excepcionais, sendo esses últimos bem raros, e provenientes dos melhores vinhedos.
Reservas e Gran Reservas possuem aromas intensos de baunilha e pão tostado, notas frutadas suaves, aveludados e redondos. Crianzas possuem também grandes buquês, mas são mais leves e frutados.
De qualquer forma, o tempo de envelhecimento, por si só, não define a qualidade de um vinho; há inúmeros outros fatores além do tempo de envelhecimento. Sem falar que o melhor vinho é sempre aquele que mais agradar ao seu paladar! Simples assim, sem frescuras.
Mas, na próxima vez em que for desfrutar de um vinho espanhol, procure experimentar um Crianza!
E, se quiser saber mais sobre vinhos espanhóis, clique aqui.
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