Fisiologia, psicologia e degustação...
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- Categoria: degustando
A fisiologia dos nossos sentidos está diretamente ligada ao quanto cada indivíduo é sensível ou não aos diferentes sabores.
Pessoas que possuem uma quantidade maior de papilas gustativas receberão mensagens mais fortes relacionadas ao sabor do que pessoas com menos papilas.
E, se você acha que essa diferença deve ser pequena, saiba que não é, não... Estima-se que o número de papilas gustativas presentes na língua humana possa variar de menos de 500, em alguns indivíduos, até mais de 11.000, em outros.
Isso não significa que alguns paladares sejam superiores a outros. Significa, sim, que pessoas fisiologicamente diferentes entre si, podem experimentar sensações de maneiras diferentes, e que algumas pessoas podem ter sensibilidade a determinados compostos que outras não têm.
Para complicar ainda um pouquinho mais, a sensibilidade de um mesmo indivíduo sofre variações ao longo da vida. Via de regra, nascemos fisiologicamente mais sensíveis do que somos na idade adulta. Nosso paladar e olfato diminuem ao longo da vida, mais acentuadamente em umas pessoas do que em outras.
Mas aquilo que as papilas captam precisa passar pelo cérebro, para ser processado e interpretado, virando, enfim uma sensação. E é aqui que a psicologia encontra a fisiologia. É quando nossos valores, cultura, experiências anteriores e hábitos se unem para avaliar o que aquela sensação representa.
E, em contrapartida com a fisiologia, o passar do tempo nos faz acumular experiências psicológicas, mudando também, então, nossas características de degustador, ao longo da vida...
Entendendo essa simbiose, conseguimos ver com outros olhos porque o mesmo teor alcoólico de um vinho, por exemplo, pode ser considerado excessivo para alguns, e prazeroso para outros. Ou então, uma mesma pessoa pode não tolerar teores alcoólicos elevados em um tinto seco, mas apreciá-los em vinhos fortificados e doces.
Ainda bem que existem vinhos para todos os paladares...
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